Vídeo: Como instalar e ajustar o taco em sapatilhas de estrada/speed?
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Veja maisQuer aprender tudo sobre pneus? Vamos lá…
Primeiro de tudo, o título era mentira. Falando a verdade agora, você nunca vai aprender tudo sobre pneus, pois essa é a ciência mais complexa no mundo das bikes e de outros veículos que utilizam essa invenção. Mas nós vamos tentar ensinar o ponto mais importante aqui.
As variáveis que existem sobre esse tema são infinitas: largura, diâmetro, desenho dos cravos, altura, desgaste, composto da borracha, pneus com mais de um tipo de borracha em cada camada, tubeless, câmara de ar, fita anti-furo, calibragem, proteção lateral, banda de rolagem, banda lateral, válvula presta, válvula schrader… Essa lista não acaba nunca e sempre vai ser muito difícil escolher qual dessas combinações vai casar com aquilo que você quer: trilha, asfalto, poeira, barro, piloto leve, pesado, chuva etc.
Na última caixinha de perguntas que fizemos no instagram (@como_iniciar_no_pedal), me deparei com a seguinte pergunta:
“Existe uma fórmula matemática para descobrir a calibragem de um pneu?”
Obviamente que, para montar essa fórmula, a gente precisaria colocar um número para cada um dos fatores que mencionei acima e mais alguns outros que provavelmente eu me esqueci.
Então, lembrei de uma história que escutei nos períodos de colegial e usei para responder ao seguidor que buscava por uma fórmula matemática – ou uma verdade absoluta sobre o tema “pneus”.
Um professor de física contava sobre como foram desenvolvidas as fórmulas matemáticas que temos hoje, como a de báscara e da aceleração da gravidade.
Lá naquela época de Isaac Newton ou antes, quando o sujeito viu uma maçã cair da árvore e descobriu a gravidade, logo começaram os questionamentos e construção das fórmulas matemáticas.
E os físicos daquela época começaram a ter muitas dúvidas sobre os temas que eles acabavam de criar. Ok, a maçã cai da árvore, mas e se a gente jogar um abacaxi? Quem chega primeiro no solo?
E se pintarmos os dois de verde, será que muda a velocidade?
E assim os físicos voltavam para suas casas para estudar o que aconteceria em cada um desses casos: jogar uma maçã, um abacaxi, uma melancia, uma melancia amarrada em um abacaxi…
Mas era muito difícil obter a resposta de quem iria chegar primeiro no chão, pois eles não tinham acesso às fórmulas matemáticas que dariam as respostas.
Um dia, um dos físicos simplesmente retrucou: “Se a gente não sabe quem chega primeiro no solo, a maçã, o abacaxi ou a melancia, por que a gente não faz um teste e joga eles lá de cima?”
Parece óbvio, mas, é só fazer o teste, pessoal. O primeiro cientista a propor que fossem feitos os testes revolucionou a forma como buscamos respostas na história da humanidade. Hoje pode parecer algo óbvio, mas naquela época não era.
E parece que hoje, repetimos o mesmo erro. Buscamos apenas pelas fórmulas que nos indicam às respostas finais, mas não nos propomos a fazer o trabalho mais efetivo: um simples teste!
Jogar uma maçã e um abacaxi do topo de uma árvore e coletar os dados da queda é algo tão simples quanto calibrar o nosso pneu com diferentes níveis de pressão e depois coletar os dados da pilotagem de cada um deles.
Testar pneus mais largos, mais finos, fitas anti-furos, kits tubeless é algo primordial para a gente aprender (quase) tudo sobre pneus. Conversar com quem já testou é algo que corta um caminho muito importante, até por isso a gente sempre faz as caixinhas de perguntas no Instagram.
Mas o aprendizado que eu quero deixar aqui hoje é: aprendam a testar. Calibrem um pouco mais, saiam para pedalar, calibrem com um pouco menos, pedalem de novo. Observem o que mudou.
Peçam para andar na bike daquele amigo, tentem observar o que muda do pneu dele para o seu. E do resto da bike também. Conversem, peçam a opinião de todos. Saibam filtrar o que as pessoas dizem, mas não joguem nenhuma informação fora.
Aprendam com os erros – que sempre vão acontecer – e aprendam que a palavra “depende” sempre está presente quando você estiver se perguntando qual é o melhor setup de pneus a ser utilizado.
Bons testes!
Por Breno Bizinoto – Revista Ciclo Sul